sábado, 12 de janeiro de 2008

Gerir a Inovação no Produto I


Processos que não estão devidamente interiorizados na organização e as estruturas organizativas das empresas, que inibem a troca de informação, entre departamentos e através de diferentes funções, localizações geográficas e fases do processo, resultam em más avaliações de requisitos no acto de concepção. O conceito de novos produtos é muitas vezes analisado com falta de informação dos vários departamentos e os projectos de desenvolvimento de produtos são realizados com pouco conhecimento dos recursos disponíveis e implicações no portfolio de produtos. Tudo isto implica custos em más decisões.

Nos últimos 20 anos assistimos a uma saturação do mercado, com novos produtos, o aumento da competição que diminui o sucesso na introdução de novos produtos no mercado e o desgaste da lealdade de clientes.

Neste mercado altamente competitivo, a inovação assume especial importância, não só na criação de novos produtos, mas na alteração ou melhoramento de produtos existentes, para mudar as regras da competição, potenciar ganhos na quota de mercado e manter os clientes satisfeitos.

A inovação acontece quando se criam oportunidades que não existiam e se passa rapidamente á concretização dessas oportunidades; requer sistematização com infraestruturas, frameworks e plataformas, por toda a organização; a inovação requer liderança, e uma rede de pessoas preparadas para pertencer e trabalhar na cultura da empresa; a inovação cria valor para todos os stakeholders, assumindo um domínio de mercado sustentado.

As empresas que embarcam na corrida da inovação, para os seus produtos, focam a sua atenção no desenvolvimento de processos, numa perspectiva de eficiência e não de efectividade, nos resultados desses mesmos processos. Como resultado algumas empresas tornaram-se especialistas em conduzir bem os projectos, mas poucas sabem escolher bem os projectos.
Sobre grande pressão para inovar muitas empresas, não racionalizam quais as melhores ideias, as que têm maior potencial de mercado. Muitos factores influenciam dentro das organizações, a capacidade desta basear as suas escolhas, em critérios de informação, entre os quais a sorte, adivinhação e até politica interna. Esta quebra no processo, resulta em projectos fracassados, atrasos e custo acrescidos.

Um processo de inovação bem estruturado, deve ser explicito e flexível. Passar pelas várias etapas do processo, deveria necessitar de autorização formal. Ao mesmo tempo, o processo deve ser bidireccional, na passagem de informação entre engenharia e produção, em diferentes fases do projecto.
Flexibilidade no processo é necessária para incorporar o risco associado a novos conceitos, sejam eles de inovações disruptivas ou que se baseie em modificação de produtos actuais.

Onde pode falhar a inovação de produtos
O típico processo de desenvolvimento de produto, passa por identificar oportunidades de negocio, capturar ideias e gerar conceitos de produtos. Estes conceitos passam depois por uma detalhada analise de mercado e uma analise técnica, e são depois apresentadas a decisores, que escolhem os candidatos mais promissores. Após a aprovação final, o conceito passa para a fase de desenho do prototipo e desenvolvimento, seguido por uma fase de teste em marketing e finalmente para a produção.
O que acontece frequentemente, é que quem toma a liderança inicial neste processo de desenvolvimento do produto, pode ser rapidamente desviado do seu caminho por muitos factores, e pode descarrilar a qualquer altura.

Falta de informação acessível

A fase inicial de desenvolvimento de produto, antes de ser testado requer grandes quantidades de informação. A ideia é reunir a maior quantidade de ideias e insights de diversas fontes, importantes. O que acontece com muitas empresas é que se apoiam principalmente na I&D (Investigação e Desenvolvimento).
A questão que aqui se põem é que a maior parte das ideias para novos produtos, surge de empregados, clientes, fornecedores e de analise de mercado, não resulta da I&D. É preciso defender estas fontes de informação, e apoiar de forma centralizada toda esta informação em solução IT eficazes.

Falhas no Feedback da informação

As falhas no feedback de novas ideias, passam por uma cultura empresarial, que não apoie a partilha de ideias de empregados, clientes e fornecedores. As empresas precisam de automaticamente reconhecer estes esforços, como fonte importante de informação para novas ideias.

Falta de consencialização de constrangimentos

Este problema existe, na dificuldade das equipas estabeleceram um casamento, entre a informação de mercado e capacidades técnicas internas á empresa, no que é possível realizar pela empresa.
Todas as potenciais variáveis - capacidades de produção actuais, disponibilidade de materiais, viabilidade da cadeia de abastecimento, assuntos de distribuição, preocupações legais e regulatórias, disponibilidade de recursos - têm de informar o processo desde o inicio.
Como é que estas variáveis são comunicadas? Como é que fazem parte dos critérios de cada etapa do processo de inovação? Como é que os engenheiros da empresa as incorporam de forma a ajuizarem a viabilidade do conceito? Como é que os fornecedores envolvidos por forma por exemplo a determinar se os custos de materiais serão proibitivo no futuro? Como é que especialista que actuaram mais á frente no processo de inovação, actuam nas fases iniciais deste, por forma a identificar caminhos não validos numa fase ainda inicial? A resposta a estas perguntas não existe em muitas empresas.

A falta de um contexto no portfolio de produtos da empresa para os novos produtos

A questão que se põem aqui é a de perceber se os novos produtos têm valor estratégico, tendo em conta os produtos ou projectos em mão que a empresa actualmente detêm. O objectivo não é de simplesmente perceber se um conceito é viável ou não, mas também de saber se é o melhor de entre os conceitos apresentados e projectos existentes, e se justifica o investimento de recursos limitados.

Pouca informação disponível sobre recursos existentes

Com pouca visibilidade dos recursos disponíveis, algumas empresas demoram demasiado tempo, a determinar se é possível continuar a apoiar o projecto em causa, ou que balanceamento dar aos vários projectos, tendo em conta os recursos disponíveis. Isto cria um estrangulamento de recursos e atrasa o lançamento de produtos no mercado.

Processo rígidos

Nem todos os conceitos envolvem os mesmos riscos. Alguns necessitam de pequenas modificações a características de produtos existentes, outros envolvem novas e por testar plataformas de produtos. Apesar disto algumas empresas usam a mesma abordagem de procedimentos para pequenos melhoramentos e para grandes investimentos. Isto resulta em atrasos e desperdício de esforço em projectos de baixo risco.

Falta de colaboração de pessoas, em etapas mais tardias

Quando chega a parte de negociar as características do produto, com os custos envolvidos, a colaboração entre pessoas numa fase inicial e final do processo é crucial. É preciso apoiar a troca de informação entre as partes, para evitar custos em atrasos, com e-mail e telefonemas para determinar custos de produtos, materiais e variáveis de produção.

*Continua

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O RFID, numa perspectiva de vantagens e desvantagens e risco envolvido

Com o aumento da complexidade das operações de distribuição, com as necessidades dos clientes sempre a mudar, mercados globais e electrónicos, múltiplos canais de distribuição, com a necessidade de entregar a encomenda a tempo nas condições certas, requer sincronização de processos através de toda a cadeia de abastecimento da empresa. É uma necessidade, que as tradicionais soluções de ERP e de gestão de armazém,não conseguem por si só satisfazer.

Fazer o outsourcing de operações logísticas (3PL), aluguer de soluções de RFID e o planeamento da satisfação da procura, permitem a redução de custos e aumentar a satisfação do cliente.

A implementação de um sistema de RFID é dispendiosa e complexa; Engenharia de processos, integração, manutenção, armazenamento de dados, desenho e concepção, a falta de recursos, ou a falta de capacidade técnica da empresa podem ditar uma solução de aluguer de um sistema de RFID. Estas empresas oferecem soluções totais ou parciais de RFID, que podem passar pelo aluguer de etiquetas, codificadores e outro tipo de equipamento, assim como soluções de consultoria e de integração com empresas clientes. É preciso garantir sempre uma estratégia ao contratar estes serviços, nem que seja para ficar livre, caso apareça uma solução mais económica financeiramente.

Comparativamente ao sistema de código de barras, as vantagens do RFID (sistema de identificação via rádio), passam desde logo pela capacidade de localização em tempo real de produtos desde o momento em que é produzido, ao momento da entrega, eliminando a habitual leitura manual do código de barras, produto a produto, com a consequente diminuição de custos de armazém, distribuição e de stock.

A adopção desta tecnologia, nos Estado Unidos, está a ser imposta aos fornecedores de grandes distribuidores, como o Wal-Mart. O fenómeno da adopção acaba assim por se massificar, baixando os custos de cada etiqueta de RFID, que ainda são elevados, sendo este um obstáculo á sua adopção por parte das empresas.

Redução de custos de armazém e distribuição
Aqui a redução de custos, na ordem dos 30%, resultam da substituição, de um operador humano para leitura manual dos produtos, por antenas de RFID, para seguir os produtos.

Redução de custos, em pontos de venda
Uma face visível desta tecnologia, é a redução de custos associados á gestão de inventários nas prateleiras e taxas aplicadas a serviços na gestão de stocks, a adopção do self-service na altura do checkout, reduzindo tempos e possíveis fraudes.

Redução de perdas
Perdas relativas a roubo são evitadas, já que o produto é seguido ao longo de toda a cadeia, assim como encomendas mal feitas, em que faltam produtos, são possíveis de corrigir com este sistema.

No fundo o RFID permite um maior controlo sobre todos os produtos, ao mesmo tempo que reduz custos.

Dificuldades a reter, na implementação do RFID
Um aspecto a ter em conta é a grande quantidade de informação produzida, relativa a paletes, produtos, em actividades como o picking, packing e expedição, ou prazos de validade de produtos, tudo em tempo real. Isto implica uma infra-estrutura para armazenar, transmitir e processar informação, que depois terá de ser integrada com outras funções da empresa, como a gestão de armazém, gestão de inventário, departamento financeiro e outros sistemas da empresa, que muitas empresas não possuem.